Viagem de Lula em jatinho emprestado pode ser alvo de investigação

Política
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fonte: revista oeste news

O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS) enviou nesta terça-feira, 15, um ofício ao procurador-geral da República, Augusto Aras, pedindo a abertura de uma investigação sobre o jatinho emprestado ao presidente eleito, Lula (PT). O petista foi à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas 27 (COP27).

A aeronave pertence ao empresário José Seripieri Júnior, ex-dono da Qualicorp, que já foi preso pela Polícia Federal (PF), em 2020. O presidente eleito chegou hoje no Egito, onde ocorre a COP27. Ele deve retornar no sábado 19.

“O valor do aluguel de uma aeronave desse porte (Gulfstream 600) gira em torno de US$ 10 mil a hora”, argumentou o deputado Sanderson no documento. “Ou seja, trata-se de um fretamento milionário cujas circunstâncias merecem urgente apuração.”

Sanderson ainda destacou a prisão de Seripieri, feita em uma investigação sobre um suposto esquema de caixa dois na campanha de José Serra (PSDB) ao Senado, em 2014. “O empresário e Lula são bastante próximos. O aludido avião particular pertencente ao empresário preso por corrupção”, disse.

Por fim, o deputado ressalta que sua preocupação é “proteger o país de relações espúrias como essas, nada republicanas, que já custaram muito à nação brasileira e que, mesmo sem ter assumido a Presidência, Lula já dá sinais de que não aprendeu nada com os escândalos de corrupção que protagonizou e o levaram à cadeia”.

O dono do jatinho emprestado a Lula

Seripieri foi um dos primeiros empresários a se encontrar com Lula depois que o petista foi oficializado na corrida presidencial deste ano.

A Operação Paralelo 23, desmembramento da Lava Jato, foi a responsável por colocar o ex-dono da Qualicorp na cadeia. A investigação apontou o pagamento de R$ 5 milhões, feitos por ordem de Seripieri, à campanha de Serra.

Conforme o Ministério Público de São Paulo, as “doações” foram realizadas em duas partes, sendo uma de R$ 1 milhão e outra de R$ 3 milhões.

O empresário ficou quatro dias preso. Depois, a Justiça Eleitoral ordenou sua soltura e a de outras duas pessoas. No início de novembro, Seripieri e os outros dois empresários tornaram-se réus na Justiça Eleitoral. Todos foram acusados de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caixa dois.

Ao fim daquele mês, a Procuradoria-Geral da República fez um acordo de delação premiada com Seripieri. Em dezembro, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, confirmou a delação.