Reportagem: Helizardo Guerra
Epitaciolândia (AC) – O vice-prefeito de Brasiléia, Amaral, participou neste sábado, 1º de novembro de 2025, de uma audiência pública realizada em Epitaciolândia para discutir a renovação do Plano de Utilização da Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes. O encontro reuniu diversas autoridades e representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), além de lideranças comunitárias e moradores da região.
O debate teve como objetivo revisar o documento que orienta as atividades sustentáveis e o modo de vida das famílias que vivem dentro da reserva. Durante sua fala, Amaral defendeu a construção de um plano que una preservação ambiental e viabilidade econômica para os extrativistas.
“É fundamental que se encontrem formas de manejo que proporcionem sustentabilidade e renda a essas pessoas. Só o extrativismo, isoladamente, já se provou insuficiente para mantê-las. É preciso criar alternativas, como o manejo de gado em sistema de confinamento, dentro das normas ambientais, para que elas possam prosperar”, destacou o vice-prefeito.
Amaral também chamou atenção para a falta de infraestrutura e de apoio financeiro às comunidades da reserva, ressaltando que a responsabilidade pela manutenção das estradas e ramais recai, em grande parte, sobre a prefeitura de Brasiléia.
“Queremos que haja mais recursos e parcerias para dar viabilidade a esse pessoal. Há uma situação complexa, porque municípios como Xapuri, Epitaciolândia, Sena Madureira muitos desses municípios têm áreas da reserva dentro do território de Brasiléia. Isso sobrecarrega nossa gestão, que muitas vezes não consegue atender todas as demanda de acesso. Seria importante construir uma parceria entre esses municípios para ampliar o atendimento e garantir melhores condições de vida a quem mora na reserva”, afirmou.
Em tom crítico, o vice-prefeito também questionou a forma como o ICMBio tem conduzido suas ações fiscalizatórias, pedindo mais diálogo e respeito aos moradores da Resex.
“Sou crítico à maneira como alguns agentes do ICMBio têm agido, muitas vezes com truculência e sem o devido processo legal. Não se pode chegar queimando, destruindo patrimônios e bens das famílias sem que elas tenham direito de defesa. É preciso haver parceria, diálogo e respeito”, enfatizou.
A audiência também contou com representantes de órgãos ambientais e instituições locais, que defenderam uma gestão participativa e equilibrada da reserva — conciliando a preservação ambiental com a dignidade social das famílias extrativistas.
Ao final, Amaral reforçou a necessidade de que o novo plano seja construído de forma democrática e que garanta resultados concretos:
“Esperamos que este processo traga soluções reais, capazes de melhorar a vida das famílias e assegurar o futuro sustentável da nossa floresta”, concluiu o vice-prefeito de Brasiléia.