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Miranda recorda que o PSOL nasceu justamente de uma dissidência do PT em 2003, quando parlamentares da sigla se recusaram a seguir a orientação de votar a favor da reforma da Previdência. “Não é hora de se submeter obedientemente ao PT e aceitar covardemente que um retorno ao passado é o melhor que podemos fazer pelo Brasil neste momento”.
Ele destacou, porém, que a mudança não significa um afastamento dos valores que o levaram ao PSOL. “Pelo contrário, em diversos sentidos representa um retorno aos valores que me motivaram a entrar para a política e uma oportunidade de renovação e radicalização deles.”
Ida ao PDT
O deputado, que já vinha conversando com representantes do PDT desde o final de 2021, afirmou que a escolha pelo partido de Ciro Gomes se deu no esforço também de “superar” a polarização entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro. “Acredito que (o PDT) é o partido de esquerda mais bem posicionado para superar a polarização atual, pois é o único com um candidato à Presidência com um projeto para o Brasil que não depende de pactos com aqueles que sempre foram e continuam sendo inimigos do povo”, disse.
Ele ressaltou que sua ida para o PDT não significa que esteja de acordo com as votações recentes do partido no Congresso (como o apoio da maioria da bancada na votação do primeiro turno da PEC dos Precatórios), e afirmou compartilhar com Ciro Gomes sua visão de projeto para o Brasil com base na taxação de grandes fortunas, reforma tributária, acesso à educação de qualidade e geração de trabalho e renda especialmente para os mais pobres. “Reconheço no PDT diversos valores históricos e atuais fundamentais para a reconstrução do Brasil, em especial os ideais trabalhistas e o legado de Leonel Brizola”, acrescentou. Brizola completaria 100 anos neste sábado, 22.
PSOL
Em publicação também nesta tarde, Honório Oliveira, dirigente do Movimento Esquerda Socialista (MES) e do PSOL-RJ, criticou a decisão de Miranda: “Consideramos equivocado este movimento, pelo caráter burguês do projeto de Ciro, alheio aos interesses essenciais do povo e da classe trabalhadora”.
Apesar disso, o dirigente destacou ainda considerar Miranda e seu marido, o jornalista Glenn Greenwald, como aliados, mesmo que em partidos diferentes. “Sempre que possível, estaremos juntos nas ruas, em defesa dos interesses da juventude, do povo e da classe trabalhadora”, declarou.