Pintura de Jesus Cristo seminu gera polêmica na Espanha

Gospel
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fonte: folha gospel

O cartaz oficial da “Semana Santa de Sevilha”, cidade no sul da Espanha, gerou polêmica e indignação entre meios de comunicação cristãos, que pediram sua remoção por considerá-lo ofensivo.

Na obra, que foi apresentada no sábado (20), o artista espanhol Salustiano García retrata Jesus Cristo coberto por um pano branco nas regiões da pélvis e da anca.

A organização da “Semana Santa de Sevilha”, que reúne cristãos para a festividade católica local, destacou, em comunicado, que a obra reflete “a parte luminosa da Semana Santa” no “mais puro estilo deste renomado pintor”.

No entanto, a opinião não foi unânime, e a peça, originalmente destinada à exposição em diversos locais da cidade, onde as tradições católicas ainda são profundamente enraizadas, gerou uma grande controvérsia nas redes sociais. Inúmeros internautas, juntamente com uma associação católica ultraconservadora, criticaram o caráter “sexualizado” da imagem.

Dez mil pessoas assinaram petição

O Instituto de Política Social, uma entidade que defende os “símbolos cristãos” e é contrária ao aborto, classificou o cartaz como “uma verdadeira vergonha e aberração”, por retratar um Cristo com características “efeminadas”.

A instituição solicitou a retirada da obra e exigiu um pedido público de desculpas do autor, argumentando que essa representação não está de acordo com o espírito da Semana Santa.

O líder do partido Vox, Javier Navarro, também se uniu às críticas, declarando na rede social X [antigo Twitter] que o cartaz “procurava a provocação” e se afastava de seu propósito original de “encorajar a participação devota dos fiéis na Semana Santa de Sevilha”.

Além disso, na segunda-feira, mais de 10 mil pessoas assinaram uma petição pública na plataforma Change.org, solicitando a defesa da “tradição” e do “fervor religioso” de Sevilha contra a pintura, e advogados cristãos estudam medidas legais.

Autor “surpreendido com politização” do quadro

Em entrevista ao jornal ABC, o autor da obra defendeu que sua pintura é “gentil, elegante e bonita” e foi realizada com “respeito”.

Salustiano García afirmou: “É preciso estar doente para ver sexualidade no meu Cristo”, argumentando que “não há nada” em sua pintura que “não esteja representado em obras de arte de há muitos séculos”.

O artista, cujas obras estão em exposição em galerias ao redor do mundo, explicou que utilizou seu filho como modelo para o cartaz.

“Nós dois rimos com essa polêmica e estamos muito surpresos com a politização que está sendo feita em torno do quadro”, afirmou o artista.

Ele contou com o apoio do líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) da Andaluzia, Juan Espadas, que defendeu o cartaz e denunciou “as expressões de homofobia e ódio” que surgiram em resposta à obra.