Entenda como o comunismo tenta expurgar a religião das decisões políticas e como isso foi implantado em países ditatoriais ao longo do tempo

Política
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No Brasil de hoje tenta se retirar a religião da cena política, uma prática comum em regimes totalitários e já existem correntes que insinuam proibir se falar de politica em templos religiosos. A relação entre comunismo e religião, especialmente o cristianismo, é um tema histórico complexo e carregado de nuances. Ao longo do século XX, diversos regimes comunistas foram associados à perseguição de cristãos e outras religiões, fundamentando-se em parte na ideologia marxista que critica a religião como uma ferramenta de opressão e controle social.

Karl Marx, filósofo e economista alemão, é frequentemente citado por sua visão crítica da religião, descrevendo-a como “o ópio do povo”. Essa metáfora sugere que a religião seria como uma droga que entorpece as massas, impedindo-as de ver e lutar contra as injustiças sociais e econômicas. Marx via a religião como um reflexo das condições materiais e econômicas da sociedade e acreditava que, em uma sociedade comunista ideal, a necessidade da religião desapareceria à medida que as injustiças sociais fossem resolvidas¹²³.

Historicamente, regimes comunistas como a União Soviética, a China durante a Revolução Cultural e outros países sob influência comunista, adotaram políticas de supressão religiosa. Igrejas foram fechadas, propriedades religiosas confiscadas, e líderes e fiéis foram perseguidos, presos e até executados. A perseguição tinha como objetivo eliminar a influência da religião na sociedade e promover o ateísmo como parte da ideologia estatal⁵⁶⁷⁸.

No entanto, é importante notar que a relação entre comunismo e cristianismo não é uniforme ou simples. Existem movimentos e interpretações que buscam conciliar os ensinamentos cristãos com ideais socialistas, argumentando que os princípios de igualdade e justiça social são compatíveis com os ensinamentos de Jesus Cristo. Essas visões, no entanto, são minoritárias e muitas vezes rejeitadas pelas autoridades religiosas tradicionais e pelos próprios regimes comunistas²⁴.

Em resumo, a história mostra que a perseguição aos cristãos sob regimes comunistas foi uma realidade em vários momentos e lugares, e que os princípios ateus de Marx influenciaram essa postura. Contudo, a discussão sobre a compatibilidade entre comunismo e cristianismo continua sendo um tópico de debate teológico e filosófico.

Júnior Melo
Advogado e jornalista