colunista: Ivana Cristina
Colaboração: Maria Cecília e Ana Kelly
Ícones de Brasileia e Epitaciolandia
Ele não vestia capa, nem se parecia com os heróis das histórias em quadrinhos, mas sua aparência frágil, era “pura enganação”, se tinha um homem conhecedor dos obstáculos da vida, esse homem era o Chico Galvão, embora não fosse forte fisicamente, mas foi com força e luta que desbravou os ramais, pela madrugada afora, levando e trazendo moradores, que necessitavam realizar algum negócio ou consulta médica. Quantas vezes ele sorriu, com o olhar contemplando a natureza, o sol que nascia no horizonte, só pelo prazer de estar vivo e exercer uma função que ele amava. Na “boléia” de sua potente máquina automotiva, fez história. Esse era Francisco Theodoro de Oliveira, casado com Dona Geny. Foi um esposo amoroso, um pai exemplar, um avô dedicado, um bisavô querido e um tataravô amado e admirado pelo pequeno Arthur. Era carinhosamente conhecido por Chico Galvão, mesmo com os filhos já crescidos e formados, ele continuou exercendo a função que amava. Era mais que um motorista, era um grande amigo principalmente para os moradores da zona rural. Ele não levava só pessoas, transportava sonhos. Ladeiras sinuosas, atoleiros, poeiras, pneu furado, chuva, calor, suor, lama…Tudo isso ele enfrentou, mas nunca deixou-se abater pelos “impropérios” da vida. Só quem passa e já passou por isso, sabe do que eu estou falando. E foi nesse embalo, no “solavanco” dos buracos dos ramais de Brasileia, que ele construiu sua família. Uma família unida, amada e fortalecida pelo amor desse grande homem. Chico Galvão foi um herói para os povos esquecidos dos longínquos ramais, que só são lembrados na época de eleição. Católico, Chico Galvão se identificava com São Francisco, o padroeiro da natureza e dos animais, por isso era muito devoto do mártir. Em um triste dia, Chico Galvão se foi, mas sua memória permanece guardada no coração dos trabalhadores rurais, quando, gentilmente, “encostava” para tomar um cafezinho quente, saído do fogão à lenha, diretamente da chaleira. Chico Galvão faz falta, para dar carona àqueles que não têm condições de pagar a passagem e precisam ir à cidade! Chico Galvão faz falta ao levantar seu surrado boné para receber e dá a bênção aos filhos, netos, bisnetos e tataraneto. Chico Galvão faz falta para alegrar as pessoas com um breve sorriso, que ele escondia embaixo de um espesso bigode. Chico Galvão faz falta para dar e receber amor de seus amigos e familiares. Inclusive teve uma homenagem em vida, feita pelo Vereador Rosildo, pelos relevantes trabalhos prestados aos moradores da zona rural, fato esse que deixou-o muito emocionado. Ele foi um homem trabalhador, exemplo de esposo, pai, avô, bisavô e tataravô. Relembrando a palavras da sua filha Ana Kelly, um homem simples, mas com um coração grandioso. Esse era Chico Galvão, um homem índole, muito querido, que jamais será esquecido no coração das pessoas que o amavam e admiravam.
Aos familiares do Chico Galvão, meu respeito e carinho.
Chico Galvão, descansa em paz!
Ivana Cristina Colaboração: Maria Cecília e Ana Kelly Ícones de Brasileia e Epitaciolandia