colunista: Ivana Cristina Colaboração: Gislene Salvatierra Ícones de Brasileia e Epitaciolandia
Carlos César da Silva nasceu em Brasileia no dia 07 de abril de 1933. Filho do cidadão português Álvaro César da Silva e da amazonense Odésia Augusta da Silva. Carlos César, mais conhecido por Carlito César, era o quarto de sete irmãos: Antônio César, Olinda Augusta, Olívia Augusta, Isabel Augusta, Laura, Assucena e Adriano. Seu pai, Álvaro, era um excelente administrador e foi convidado para administrar o Seringal São João, no Alto Acre. Mudou-se de Rio Branco com sua família e se instalou no seringal. A lida era difícil, mas criou os seus filhos no trabalho diário. Foram educados em casa por Dona Odésia. Uma senhora elegante e de bom gosto.
Carlito César era um rapaz que se destacava dos demais, tinha “porte atlético”, como diziam na época. Em 1962, conheceu o grande amor da sua vida, Gislene Barroso Salvatierra. Namoraram e casaram em 1963.
Carlito e Gislene moraram no Seringal São João, por três anos. Os dois trabalharam muito, apesar do pouco retorno financeiro. Pensando no futuro, “juntaram” o dinheiro que economizaram durante os três anos e fixaram residência em Brasileia. Carlito e Gislene tiveram quatro filhos: Nazaré, Vitória, César e Sander. Em Brasiléia, Carlito foi trabalhar na Secretaria da Fazenda como fiscal de rendas. Por seu excelente desempenho profissional, foi promovido a Coletor Estadual de Rendas, função que desempenhou até se aposentar.
Carlito César era um homem que gostava de viver cercado por parentes e amigos. Um desses amigos, João Thomas, deu-lhe o apelido de Coronel. O apelido pegou e alguns amigos acrescentaram “baleia”, o Coronel Baleia. Alguns anos mais tarde, Carlito e Gislene compraram uma chácara em Vila Epitácio e o presentearam com uma placa com o nome de Refúgio do Coronel Baleia. A chácara foi vendida, mas a placa não. Trouxeram-na para casa em Brasileia, onde se encontra até hoje. O refúgio do Coronel Baleia tornou-se um ponto de encontro, principalmente em época de carnaval. No ano de 1990, a novela Tieta estava no ar(o coronel e suas rolinhas)e a ideia surgiu, Carlito César e amigos criaram o Bloco “Rolinhas do Coronel”, homens vestidos de mulheres, maquiados, desfilando pelas ruas de Brasileia,
tendo à frente uma carroça puxada por bois.
O Bloco Carnavalesco Rolinhas do Coronel é uma homenagem ao Carlito César, o Coronel.
Em 17 de outubro de 2000, Carlito César partiu, deixando saudades no coração dos familiares e amigos. Ele foi esposo, pai, sogro e avó, muito presente. Por onde passava, impunha respeito e admiração, somente com sua presença.
Amado e admirado por uns, incompreendido por outros, esse era Carlito César, um homem que deixou marca na sociedade brasileense.