‘Eleite’, ‘deputade’ e ‘parlamentare’: EBC usa e abusa da linguagem neutra em publicação

Cotidiano
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fonte: terra brasil noticias

Muito criticada durante o governo de Jair Bolsonaro, a linguagem neutra foi usada nas posses de pelo menos seis novos ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no começo deste mês. Agora, ela foi adotada em uma publicação da Agência Brasil, empresa oficial de comunicação do Governo Federal.

A publicação trata justamente do 1º Encontro de LGBT+eleites, realizado nos dias 20 e 21 de janeiro em Brasília, reunindo “parlamentares eleites para a Câmara dos Deputados e também para as Assembleias Legislativas dos Estados”, segundo a publicação do site da entidade. O encontro também foi considerado um preparativo para o Dia Nacional de Visibilidade Trans, que será celebrado no próximo dia 29. 

Participaram do evento deste fim de semana as duas deputadas federais trans do Brasil: Duda Salabert (PDT-MG) e Érika Hilton (Psol-SP). Além delas, também esteve no evento a primeira deputada estadual intersexo, Carolina Iara (Psol-SP).

A publicação da Agência Brasil que detalha o evento usou o gênero neutro em diversos momentos, em palavras como ‘eleite’, ‘deputade’ e ‘parlamentare’. A edição, porém, deixa claro, ao fim do conteúdo, que a “repórter utilizou o gênero neutro nas construções das frases” “a pedido das parlamentares eleites”. 

A construção linguística, que tem como objetivo representar pessoas que não se identificam com os gêneros feminino e masculino, foi inserida nas cerimônias dos ministérios da Fazenda; de Direitos Humanos e da Cidadania; da Cultura; da Mulher, e das secretarias Geral da Presidência e de Relações Institucionais, todas no início deste ano 

Como funciona

Durante a posse de Fernando Haddad na Fazenda, a cerimonialista saudou o público no início e no fim do evento com um agradecimento pela presença de “todos, todas e todes”. O “todes” foi repetido ainda pelos cerimonialistas das posses de Márcio Macêdo na Secretaria-Geral de Governo; de Margareth Menezes na Cultura; e de Silvio Almeida, à frente da pasta de Direitos Humanos e da Cidadania.