Lideranças petistas dizem que Lula nomeará Gleisi como ministra em 2025

Política
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fonte: terra noticias brasil

Ulysses Guimarães, que ocupou os cargos de presidente do MDB, da Câmara dos Deputados e da Constituinte de 1988, uma vez proferiu as seguintes palavras: “Não se pode fazer política com o fígado, conservando rancor e ressentimentos na geladeira. A Pátria não é capanga de idiossincrasias pessoais. É indecoroso fazer política uterina em benefício de filhos, irmãos e cunhados. O bom político costuma ser um mau parente.”

No entanto, muitos políticos se apropriaram de suas palavras, e o que restou foi: “Não se faz política com o fígado”. As informações são do colunista Igor Gadelha para Metrópoles.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) não guarda rancor, ele não tem ressentimentos. No entanto, é com ressentimento que ele faz política contra seu maior oponente em Alagoas, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP). Lira tenta esconder, mas não consegue.

Por que Lira acha que ganharia algo ao falar sobre Alexandre Padilha, ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência? Lira rotulou Padilha de “incompetente” e o elevou publicamente ao status de seu “desafeto pessoal”.

A animosidade de Lira com Padilha data do início do governo, mas se intensificou com a decisão da maioria da Câmara de confirmar a prisão do deputado Chiquinho Brazão, suspeito de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco.

Lira tem como candidato à sua sucessão na presidência da Câmara o deputado Elmar Nascimento (BA), líder do União-Brasil, partido que rapidamente expulsou Chiquinho Brazão de suas fileiras. No entanto, Nascimento liderou a campanha para libertar Brazão.

Ele fez isso porque estava convencido de sua inocência? De jeito nenhum. Se estivesse, não concordaria com sua expulsão do partido. Nascimento queria mostrar ao Supremo Tribunal Federal, que autorizou a prisão de Brazão, que tem grande influência dentro da Câmara.

Mas ele nunca agiria dessa maneira sem a permissão de Lira, seu mentor. Além disso, por trás de Nascimento e Lira estava Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara, que no passado foi cassado por corrupção e agora é uma espécie de “deputado oculto”.

Cunha frequentemente trabalha no escritório de sua filha, Danielle (União Brasil-RJ). Cunha tem contas pendentes com o Supremo. Daí seu esforço para libertar Brazão, seu aliado no Rio. Nascimento e Lira foram alunos de Cunha quando ele comandava a Câmara.

Padilha foi o representante de Lula entre os deputados para persuadi-los a votar a favor de manter Brazão na prisão, e Lira não gostou disso. Como não podia atacar Lula, atacou Padilha. A resposta veio ontem. E foi Lula quem deu:

“O Padilha está no cargo que parece ser o melhor do mundo nos primeiros seis meses, e depois começa a ser um cargo muito difícil. […] É o tipo do ministério que a gente troca a cada seis meses, para que o novo titular faça novas promessas. Mas só de teimosia, o Padilha vai ficar muito tempo nesse ministério, porque não tem ninguém melhor preparado para lidar com a adversidade dentro do Congresso do que o companheiro Padilha.”

Lira se arriscou a ouvir o que não queria, e ouviu. Lula não está disposto a apoiá-lo quando chegar a hora de eleger seu substituto. Faltam apenas 9 meses e alguns dias.