Policia Civil do Acre prende foragido da justiça do Mato Grosso em Rio Branco

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Ascom/Policia Civil do Acre

Na tarde desta quarta-feira, 9, a Policia Civil prendeu, em flagrante, J. E. Q. de 55 anos, foragido da Justiça de Mato Grosso que estava residindo no estado do Acre. A prisão do foragido foi realizada pela Policia Civil do Acre em via pública quando o mesmo transitava na Região do 2º Distrito da capital, próximo a Gameleira.

O foragido é procurado pela participação em uma chacina, crime ocorrido há 17 anos em uma fazenda no município de Várzea Grande/MT. No momento da prisão o foragido usava documento falso do próprio irmão e confessou mediante abordagem. Ele foi localizado após troca de informações em intercambio das Policias Civis de Mato Grosso e do Acre.

De acordo com a informações da Policia Civil do Acre, o individuo estava residindo em Plácido de Castro e após separação conjugal teria se mudado para Brasileia. Ainda de acordo com levantamento, o trabalho investigativo descobriu que o procurado estava em Rio Branco , capital do estado.

Ele é apontado como um dos pistoleiros responsáveis pela “chacina da Fazenda São João”, J.J.L. de 55 anos, estava foragido há 18 anos, após executar quatro pescadores na propriedade do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, em 2004.

No momento da abordagem, o foragido apresentou documentos falsificados em nome de seu irmão. Conforme a investigação, ele já havia morado nas cidades de Brasiléia e Plácido de Castro, ambas no interior do Acre. O preso foi conduzido a Delegacia de Flagrantes (DEFLA) onde foi flagranteado pelo crimes de falsidade ideológica e uso de documentos falsos e ficara a disposição da Justiça de Mato Grosso.

A Chacina

A chacina ocorreu em março de 2004, na fazenda São João, localizada às margens da BR-163, próxima ao Trevo do Lagarto, em Várzea Grande.
A DHPP de Mato Grosso identificou oito envolvidos no crime, todos funcionários da propriedade, que foram indiciados por homicídio qualificado (cometido por motivo fútil, uso de meio cruel e sem chance de defesa), ocultação de cadáver e formação de quadrilha. O Ministério Público Estadual ofereceu denúncia à Justiça ainda em 2004.

As vítimas, Pedro Francisco da Silva, José Pereira de Almeida, Itamar Batista Barcelos e Areli Manoel de Oliveira foram mortas por funcionários da fazenda. Uma vítima foi morta por disparo de arma de foto e três delas foram amarradas e torturadas, antes de serem mortas por afogamento. Depois de mortas, as vítimas tiveram os corpos jogados em uma área à margem da estrada da localidade de Capão das Antas, em diferentes pontos, a fim de dificultar o trabalho investigativo da polícia.

O inquérito conduzido pela equipe do delegado Wylton Massao Ohara, à época, apurou que as quatro vítimas foram à fazenda para pescar em um dos tanques de peixe da propriedade, na manhã do sábado de 20 de março. Conforme a investigação, os amigos teriam ido ao local na intenção de pescar para consumo de suas famílias, quando foram surpreendidos pelos seguranças da fazenda e mortos.

Como os quatro não retornaram para casa, no dia seguinte, as famílias procuraram a polícia e teve início a busca pelas vítimas. Ainda no domingo, a Polícia Militar localizou as quatro bicicletas próximas à cerca da fazenda. Após diversas buscas, os corpos foram localizados em uma área fora da fazenda, onde foram jogados a fim de ocultar o crime e dificultar a investigação.

Conforme depoimentos prestados à DHPP no curso das investigações, um dos funcionários confirmou que ele e outros dois seguranças da fazenda encontraram os quatro rapazes no final da tarde do sábado, pescando no tanque de piscicultura e atiraram contra as vítimas. Uma delas correu para o mato para se esconder, mas foi morta com um disparo no abdômen feito por um dos seguranças.