No decorrer de uma sessão no plenário do Senado Federal, posteriormente a discursos dos parlamentares Eduardo Girão, Esperidião Amin e Vanderlan Cardoso repudiando as ações do ministro Alexandre de Moraes nos inquéritos políticos que conduz no Supremo Tribunal Federal (STF), os senadores Margareth Buzetti e Luiz do Carmo também se manifestaram sobre os abusos cometidos pelo ministro e pediram que o Senado tome alguma providência e saia de sua inércia.
A senadora Margareth Buzetti mencionou a operação da polícia federal que invadiu casas de empresários por uma conversa no whatsapp e apontou: “vejo uma enorme violência às garantias constitucionais, principalmente aquela pela qual lutamos por décadas, que é a livre manifestação do pensamento. É lamentável que, em um Estado democrático de direito, um cidadão ainda possa estar sujeito às amarras do passado, quando éramos calados pela ditadura por expressar ideias e convicções. Nós não podemos permitir esse retrocesso, pois a presença da liberdade de expressão da lei é uma conquista de toda a humanidade, pois apoia os direitos fundamentais das pessoas.”.”
Na sequência, o senador Luiz do Carmo apontou: “O que empresário quer é a democracia. Empresário não quer viver em regime que não seja a democracia. Esses empresários que estão sendo investigados querem só a democracia, a liberdade de expressão”.
O senador prosseguiu: “Eu acho que o Supremo extrapolou. O Ministro Alexandre de Moraes está intervindo nos Poderes, está realmente sendo um ditador. E nós, como Senadores, temos que fazer alguma coisa. E quem pode fazer isso? Só os Senadores, só os Senadores. A Câmara dos Deputados não pode fazer, outros órgãos não podem fazer; são os Senadores”.
O senador Luiz do Carmo explicou que decisões como a do ministro deixam os cidadãos, e até mesmo os parlamentares, muito vulneráveis. Ele questionou: “Quer dizer que nós podemos falar, não temos opinião? A opinião é zero? Eu não posso falar que um é bom e o outro é ruim? Eu não posso falar? V. Exa. não pode falar?”.
O senador conclamou os colegas a agirem e disse: “nós temos de colocar um freio nisso, porque a democracia está sendo derrubada não pelo Presidente, que foi Deputado muito tempo, mas pelo sistema do Supremo Tribunal Federal”. Ele acrescentou: “E vamos, como Senadores da República, fazer o que temos que fazer, que é chegar ao ministro e conversar com ele: “Olha, o seu limite é esse, o nosso limite é esse. Vamos ficar cada um no seu quadrado”.